SIPOC: O que é, exemplos, como fazer e quais as suas vantagens

imagem ilustrativa explicando o diagrama de sipoc

SIPOC é a abreviação, em inglês, das seguintes palavras: Supplier (Fornecedor), Input (Entrada), Process (Processo), Output (Saída) e Customer (Cliente). Em suma, na prática, você usará essas 5 palavrinhas mágicas para começar a mapear o diagrama do seu processo.

O que é SIPOC?

SIPOC é um diagrama de alto nível que lista Supplier, Input, Process, Output e Customer para mapear processos ponta a ponta, validar entradas/saídas e alinhar responsáveis e expectativas entre áreas. Útil para dar escopo e priorizar melhorias antes do detalhamento em BPMN.

De acordo com a definição do CBOK 4.0 SIPOC é uma ferramenta de Six Sigma que significa: Fornecedor, Entrada, Processo, Saída e Cliente. Um diagrama SIPOC vai validar se as entradas do processo são correspondentes às saídas dos processos anteriores. E também se as saídas dos processos são correspondentes às entradas esperadas pelos processos seguintes.

Exemplo de SIPOC dado no livro CBOK 4.4
Exemplo de SIPOC ilustrado no livro CBOK 4.4

Qual o principal objetivo do diagrama SIPOC?

O principal objetivo do diagrama SIPOC é analisar o processo de maneira ampla. Portanto, ele permite que você enxergue onde seus esforços estão localizados. Ou seja, ele facilita o mapeamento de processos, identificando fornecedores, entradas, saídas e clientes.



Na prática, o que o SIPOC faz é identificar os elementos relevantes. Não há como gerenciar um trabalho cujas atividades você não conhece. Assim, o diagrama SIPOC pode ajudar você a aumentar o seu conhecimento sobre suas necessidades, identificar oportunidades de melhoria, como também, eliminar tarefas desnecessárias.

Quais as vantagens do Diagrama SIPOC?

Utilizar um diagrama SIPOC apresenta muito mais vantagens que desvantagens. Aplicar essa ferramenta na análise dos processos da sua empresa ajudará a “colocar ordem na casa”, independentemente do setor em que você trabalha.

Um dos principais aspectos do SIPOC é a sua flexibilidade. Com esse diagrama, você pode analisar desde toda a operação até processos mais pontuais, aplicando-o a diferentes níveis. Por exemplo, eu posso fazer o diagrama do processo ponta a ponta, desde a entrada do pedido até a entrega do cliente (processo interfuncional), ou posso fazer um diagrama pequeno pensando somente no meu processo de compras.

Quais as desvantagens do Diagrama SIPOC?

A desvantagem surgirá quando for necessário entender cada passo, cada tarefa, cada detalhe que acontece dentro do processo. Para estes casos onde o detalhe é necessário, o diagrama SIPOC não é recomendado.

Também é uma desvantagem se você pensa em automatização, pois para automatização é necessário que você faça a modelagem do processo com muitas informações.

Quando fazer um diagrama SIPOC?

O diagrama SIPOC é uma ferramenta essencial para mapear processos de forma macro, e você deve utilizá-lo quando quiser:

  1. Promover a melhoria contínua do processo, identificando elementos-chave que influenciam seu desempenho.
  2. Facilitar o onboarding de novos colaboradores, oferecendo uma visão clara e simplificada do funcionamento do processo.
  3. Obter uma compreensão geral, porém estruturada, das principais etapas e componentes do processo, sem se aprofundar em detalhes operacionais.
  4. Comunicação rápida e eficaz entre equipes multidisciplinares, compartilhando o escopo e as responsabilidades do processo.
  5. Avaliar com precisão os inputs (entradas) e outputs (saídas) do processo para assegurar que os fluxos estão corretamente definidos.
  6. Identificar e mapear os fornecedores – internos ou externos – que fornecem os recursos, informações ou materiais necessários.
  7. Verificar o alinhamento entre o resultado entregue pelo processo e sua missão estratégica dentro da organização.
  8. Definir claramente os gatilhos ou eventos que dão início ao processo, entendendo seu ponto de partida.
  9. Compreender os clientes internos ou externos que recebem os produtos ou serviços gerados pelo processo.
  10. Analisar a correlação entre a qualidade das entradas fornecidas e a qualidade das saídas entregues, identificando oportunidades para redução de variabilidade e falhas.
E-book SIPOC

Por que fazer o diagrama SIPOC do processo?

Você fará o diagrama SIPOC para entender, em uma visão macro, o que o processo faz. Logo, saberá também para qual finalidade o processo serve. Certamente, realizamos uma grande quantidade de atividades diariamente que não são percebidas pelo nosso cliente e atrapalham o bom andamento do nosso processo. O legal do SIPOC é que ele é muito simples. Por causa disso, você pode agora mesmo pegar um papel de pão e começar a fazer.

Como fazer o diagrama SIPOC?

Para fazer o diagrama você não precisa de muito. Não precisa de um manual cheio de ícones de fluxograma ou BPMN, ou ainda qualquer coisa do tipo. Dessa forma, peguei um doc online qualquer, criei 5 colunas e comecei:

S I P O C Supplier – Fornecedor Quais são os fornecedores do meu processo? Input – Entrada Quais são as entradas? O que faz meu processo iniciar? Process – Processo O que o processo faz? Output – Saída O que o processo entrega? Customer – Cliente Para quem eu entrego?

Coluna S

Primeiramente, na coluna S (Supplier), liste quais são os seus fornecedores. Você pode estar fazendo um SIPOC ponta a ponta ou um SIPOC de um processo interno, menor. Portanto, na coluna S podem conter tanto fornecedores externos, quanto fornecedores internos.

Coluna I

Na coluna I (Input) liste o que faz o seu processo iniciar.  Pode ser uma tarefa, um e-mail, uma solicitação, a chegada de um material, um evento, etc. Liste as entradas que o seu processo tem.

Coluna P

A coluna P (Process) é muito interessante. Talvez você esteja fazendo um SIPOC departamental (é o que a maioria faz) ou seja, fazendo o diagrama da sua área. Logo, dentro da sua área, existem diversos processos e não apenas um. Quer um exemplo? Na área/departamento Financeiro a coluna P poderá ter: Realizar pagamento e Realizar faturamento, entre outros processos.

Coluna O

A coluna O (Output) é a saída do seu processo. Depois de realizar a tarefa ou a atividade, o que você irá entregar? Exemplo: Evento realizado, Faturamento encerrado, Análise concluída, etc.

Coluna C

E por fim, a coluna C (Customer), a mais fácil. Coloque aqui quem é o cliente daquele processo, ou seja, para quem você executou tal atividade. Mais uma vez podemos estar falando de processos internos ou externos, cliente final, fornecedores, etc. Em conclusão, responda: para quem eu faço a entrega?

Vamos para um exemplo prático?

Diagrama SIPOC para um processo de fabricação de Pizzas e Calzones. Este é um exemplo simples que retrata o processo como um todo, desde o pedido até a entrega da pizza ao cliente.

Exemplo de SIPOC aplicado
Exemplo de SIPOC aplicado

Vamos colocar um zoom nesse diagrama…

Agora, se colocássemos um zoom nisso tudo e chegássemos no processo do Pizzaiolo na cozinha?

Vamos refletir: se na coluna “P” estivesse a ação “realizar pagamento do motoboy“, será que essa atividade realmente seria responsabilidade do Pizzaiolo? Ao realizar o pagamento do motoboy, o Pizzaiolo perderia tempo entregando o dinheiro, higienizando as mãos para a produção da próxima pizza, anotando que o pagamento foi realizado etc.

…e consertar

Usando o exemplo acima, o processo é fabricar pizzas e calzones. Este processo deveria realizar pagamentos? É uma analogia, um exemplo simples, mas o objetivo é fazer você pensar nas seguintes questões:

  1. quais atividades no dia a dia passam por você, mas não deveriam passar?
  2. quanto do seu tempo você dedica a realizar alguma coisa que não ajuda a atingir os objetivos do seu processo ou da sua área?
  3. você sabe quais são as atividades/tarefas importantes que ajudam a entregar resultados mais eficientes?

Responder a essas perguntas e definir o que de fato gera valor é o primeiro passo para deixar seus processos mais inteligentes. Sem isso, qualquer análise ou mudança pode ser em vão, arrastando consigo ineficiências e atividades desnecessárias.

Qual a relação entre SIPOC e melhoria de processos?

A relação que temos aqui é muito simples. Para realizar melhorias em processos você tem “n” caminhos distintos. Você poderia fazer um mapeamento completo com análises amplas, como também analisar números e erros, fazer reuniões extensas. Usar metodologia Lean ou pensar na disciplina de BPM. Até ferramentas da qualidade podem te ajudar a melhor um processo dentro de escritórios.

O SIPOC é apenas mais uma forma que você tem para pensar e propor novos caminhos que tragam resultados melhores. É mais uma opção para te ajudar a colocar no papel tudo o que você sabe sobre o processo. E, assim, perceber o que está dando certo e o que está dando de errado. Por isso, quando estiver utilizando essa ferramenta para a melhoria de processos dentro da sua empresa, leve em consideração quatro reflexões:

1. Missão do processo

Existe uma pergunta que deve vir antes de qualquer iniciativa para a melhoria contínua de processos: as atividades que fazem parte da rotina daquele processo estão alinhadas com a missão do processo?

Para ajudar você a entender melhor essa pergunta, imagine a seguinte situação: você possui uma responsabilidade por alguns indicadores do processo, certo? Ou, de alguma forma, presta contas sobre os resultados que o seu processo produz. Essa “prestação de contas” ocorre mensalmente? Ok, agora vamos descer um nível e pensar em atividades e tarefas.

2. Atividades e tarefas do processo

Todos os dias você executa um série de atividades e tarefas, certo? O quanto essas atividades rotineiras e tarefas estão te ajudando a entregar melhores resultados e conquistar as metas que você precisa conquistar e entregar no final do mês?

Em resumo, o ideal era que você tivesse uma missão para o processo, esse processo deveria realizar tarefas e atividades diretamente relacionadas com essa missão e no final do mês você deveria acompanhar o desempenho do processo com indicadores que te diriam se você está no caminho certo, ou não.

3. Avalie o processo

Se você executa atividades sem relação com seus objetivos maiores (missão e indicadores), então você precisa pensar no motivo pelo qual as faz. Será que você poderia gastar sua energia em atividades que agreguem maior valor? Faça o diagrama do processo (SIPOC) e analise tudo o que o seu processo faz. Faça esta verificação.

4. Elimine tarefas desnecessárias

No início do texto, falei que você podia utilizar o SIPOC para eliminar algumas tarefas do processo. Então, pegue um papel de pão, como naquele 1º exemplo aqui do post que apresentei as colunas do SIPOC. Pois bem, comece a preencher as colunas com as informações do seu processo. Quais são as entradas e os fornecedores desse processo e quais são seus objetivos e produtos finais (saídas e clientes)?

Agora, pegue um marca texto verde e pinte o que você listou na coluna “P” que te ajuda a entregar resultados e que esteja completamente alinhado com a missão do processo. Faça a mesma coisa na cor vermelha para os processos que não estão alinhados com a missão e que não te ajudam a entregar resultados.

Por fim, avalie: qual delas aparece em maior quantidade? Se são as verdes, as atividades do seu processo são relevantes. Se são as vermelhas, você necessita analisar, repensar e implementar melhorias urgentemente.

Agora, qual a relação entre SIPOC e Seis Sigma?

Pois bem, o Diagrama SIPOC faz parte da metodologia Seis Sigma, bem como do método DMAIC (baseado no ciclo PDCA). DMAIC é utilizado em projetos focados em melhorar produtos, serviços e processos de negócios.

A metodologia DMAIC (definir, medir, analisar, melhorar, controlar) também é conhecida como DFSS “Design For Six Sigma”. O SIPOC é uma de suas etapas e ajuda a identificar os elementos relevantes de um processo, consequentemente, apontar oportunidades de melhoria.

Há diferença entre SIPOC e Diagrama de Tartaruga?

Sim. Veja bem, o diagrama de tartaruga possui mais informações como, por exemplo: indicadores do processo, processos de apoio, procedimentos e métodos, recursos, etc. Enquanto o SIPOC mostra apenas fornecedores, entradas, processos, saídas e clientes. No entanto, por outro lado, no SIPOC você pode listar as tarefas de forma sequencial e no diagrama de tartaruga não. E agora, qual a melhor utilizar? A resposta aqui é: depende. Isso porque ela depende da finalidade e do objetivo que você deseja atingir.

Diagrama tartaruga
Diagrama tartaruga

10 Perguntas e Respostas sobre SIPOC

A seguir, reunimos 10 perguntas frequentes sobre o SIPOC e suas respostas, para ajudar você a entender melhor como utilizá-lo no gerenciamento de processos. Confira abaixo:

1. O SIPOC pode ser utilizado como escopo do projeto e para priorizar processos que precisam de mais detalhamento?

Resposta: Em parte, sim. O SIPOC pode (e deve) ser usado para definir claramente o escopo de um projeto ou iniciativa de mapeamento. Muitas vezes, em reuniões de análise de processos, acabamos fugindo do tema e discutindo assuntos fora da pauta. Ao elaborar um SIPOC logo no início, você delimita o ponto de estudo e mantém o foco. Por exemplo, suponha que vamos analisar o processo de entrega de materiais: podemos montar um diagrama SIPOC desse processo e deixá-lo visível para todos. Assim, fica claro que o escopo vai da entrada “X” até a saída “Y” e nada além disso — garantindo que a equipe mantenha o foco no combinado.

Por outro lado, o SIPOC não foi concebido para priorizar quais processos devem receber detalhamento ou melhoria primeiro. Para definir prioridades de processos há outras ferramentas e metodologias mais adequadas, como por exemplo:

  • Matriz de Seleção de Processos Críticos: ajuda a pontuar e eleger processos que mais carecem de atenção;
  • Matriz GUT (Gravidade, Urgência, Tendência): avalia problemas ou processos por critérios de impacto e urgência;
  • Outros indicativos práticos: feedback dos clientes e indicadores de desempenho do processo podem sinalizar onde existem maiores problemas.

Em resumo, utilize o SIPOC para delimitar e entender o processo (escopo), mas recorra a ferramentas de priorização para decidir qual processo deve ser detalhado ou melhorado primeiro.

2. Como fazer um SIPOC sequencial se o processo possui múltiplas decisões?

Resposta: O SIPOC normalmente representa o caminho feliz do processo, ou seja, o fluxo principal sem ramificações ou exceções. Isso significa que ele não exibirá todas as múltiplas decisões ou variações possíveis do processo. No entanto, nada impede que você monte o SIPOC com o trajeto específico que deseja analisar. Você pode escolher uma trilha (sequência de etapas) particular — seja o caminho principal ou um caminho alternativo — e construir o SIPOC com base nele. Em outras palavras, defina previamente qual cenário do processo você quer mapear (por exemplo, o fluxo mais comum) e elabore o SIPOC focando nesse percurso desejado.

3. É recomendável começar o mapeamento de processos pelo SIPOC em vez de partir direto para um diagrama BPMN?

Resposta: Sim, e essa abordagem faz muito sentido. Mapear processos não se resume a desenhar fluxogramas complexos em BPMN e depois arquivá-los. A disciplina de BPM (Business Process Management) tem como objetivo principal melhorar os processos com foco na satisfação do cliente e nos resultados do negócio. Portanto, mais importante do que apenas modelar processos graficamente é usar o mapeamento para enxergar oportunidades de melhoria e agir sobre elas.

Nesse contexto, começar pelo SIPOC é bastante útil: ele é uma ferramenta simples e rápida que fornece uma visão macro do processo. Com um SIPOC, você consegue identificar pontos críticos e oportunidades de melhoria de forma ágil, antes mesmo de investir tempo em uma modelagem detalhada em BPMN. Depois de entender o panorama geral via SIPOC, aí sim você pode partir para modelos mais elaborados ou análises aprofundadas conforme necessário.

4. Existe alguma ferramenta para montar o SIPOC, ou é feito apenas no Excel?

Resposta: O SIPOC pode ser elaborado com recursos bem básicos — não é preciso nenhum software especializado. A forma mais comum é usar uma planilha eletrônica (como Microsoft Excel ou Google Sheets) criando cinco colunas para Suppliers, Inputs, Process, Outputs e Customers. Mas nada impede de usar outras ferramentas ou métodos: você pode montar um SIPOC até mesmo de forma física, desenhando em um papel grande na parede e colando notas adesivas (post-its) para cada elemento, por exemplo.

Há, sim, ferramentas online e até soluções com Inteligência Artificial que ajudam a desenhar fluxos de processos, porém o foco delas costuma ser a criação de diagramas detalhados (fluxogramas em BPMN, mapas de processos, etc.), não especificamente a matriz SIPOC. De qualquer forma, como o SIPOC é simples, o mais importante é entender seu conceito e aplicá-lo com os meios que você tiver à disposição, seja no computador ou no papel.

Dica: Se você estiver com dificuldade para estruturar seu SIPOC, considere baixar nosso e-book gratuito sobre SIPOC, que traz o passo a passo das letrinhas S-I-P-O-C e exemplos práticos para ajudá-lo a montar o diagrama corretamente.

5. O SIPOC pode nortear melhorias em um processo?

Resposta: Com certeza. O SIPOC funciona como um norteador porque ajuda a visualizar os aspectos mais relevantes de um processo e, assim, direcionar as iniciativas de melhoria. Ao montar um diagrama SIPOC de um processo específico, você obtém uma visão clara de quem são os fornecedores, quais são as entradas, o que ocorre no processo, quais as saídas geradas e quem são os clientes envolvidos. Com esse panorama em mãos, é possível:

  • Identificar pontos fracos e etapas críticas do processo;
  • Descobrir quais fornecedores (internos ou externos) podem estar causando problemas;
  • Verificar se as entradas do processo estão adequadamente estruturadas ou se alguma está faltando/deficiente;
  • Enxergar possíveis melhorias nas saídas para atender melhor os clientes.

De posse dessas informações, você sabe onde concentrar esforços e o que deve ser melhorado primeiro. Ou seja, o SIPOC direciona seu olhar para os pontos mais importantes, servindo como guia inicial para a melhoria do processo.

6. É correto usar o SIPOC para descrever a estrutura de áreas e operações da empresa?

Resposta: Sim, está correto. Muitas organizações utilizam o SIPOC (ou ferramentas similares, como o diagrama de tartaruga) para documentar e visualizar a estrutura de seus processos dentro de cada área ou operação. Inclusive, as normas de qualidade da família ISO (por exemplo, ISO 9001, ISO 14001, ISO TS 16949) exigem que a empresa tenha conhecimento e registro da estrutura dos processos — suas entradas, saídas, fornecedores, clientes, sequência de atividades, etc. Por isso, usar o SIPOC para descrever processos de uma área é uma prática comum e alinhada com essas exigências. Ele oferece um formato padronizado para enxergar os componentes-chave do processo, facilitando tanto auditorias de qualidade quanto o treinamento de equipes sobre como cada operação funciona.

7. Qual é a diferença entre Business Model Canvas e SIPOC?

Resposta: São ferramentas bem distintas, com finalidades diferentes, então não devemos compará-las diretamente. O Business Model Canvas (Canvas de Modelo de Negócio) serve para entender o modelo de negócio de uma empresa. Com ele, você define e analisa elementos como proposta de valor, segmentos de clientes, canais, fontes de receita, estrutura de custos, parcerias-chave, entre outros — em suma, o Canvas ajuda a visualizar como o seu negócio opera e gera valor de forma estratégica.

Já o SIPOC é uma ferramenta voltada para entender um processo operacional específico. Ele mapeia quem são os fornecedores daquele processo, quais entradas eles fornecem, quais atividades compõem o processo em si, quais saídas (resultados) o processo gera e quem são os clientes ou destinatários dessas saídas. Ou seja, o SIPOC ajuda a visualizar como um determinado processo interno funciona. Em resumo: o Canvas olha para o negócio inteiro em alto nível estratégico, enquanto o SIPOC olha para dentro de um processo em particular no nível operacional.

8. Como representar caminhos alternativos no SIPOC (por exemplo, uma compra não realizada)?

Resposta: Por definição, um SIPOC simples captura apenas o fluxo principal do processo (aquele cenário típico em que tudo ocorre como esperado, sem exceções). Ele não detalha os caminhos alternativos ou exceções. Se você precisa mapear um caminho alternativo específico — por exemplo, o caso de “compra não realizada” dentro de um processo de compras — a melhor abordagem é criar um SIPOC separado focando nesse fluxo alternativo.

Assim, você monta outro diagrama SIPOC considerando as entradas, atividades e saídas das tarefas que compõem esse caminho alternativo do processo. Dessa forma, cada SIPOC permanecerá simples e direto, representando um cenário por vez (seja o fluxo principal ou uma variação importante que você queira analisar).

9. É ideal começar pelo “P” (Processo) na construção de um SIPOC?

Resposta: Sim. Ao construir um SIPOC do zero, o recomendável é começar pela coluna P (Processo), listando todas as etapas do processo em ordem sequencial. Definir primeiro o fluxo de atividades (o passo a passo do processo) ajuda a dar estrutura para o diagrama.

Com essa sequência clara em mãos, fica bem mais fácil preencher as demais colunas: após mapear o Processo, você identifica quais são as Saídas (Outputs) geradas em cada etapa; em seguida levanta quais Entradas (Inputs) são necessárias para cada etapa e quem as fornece (Suppliers); por fim, define quem são os Clientes (Customers) que recebem ou se beneficiam das saídas. Em suma, comece sim pelo P (Processo) e depois preencha S, I, O e C — essa ordem torna o desenvolvimento do SIPOC mais lógico e simples.

10. O SIPOC ajuda a identificar gargalos no processo?

Resposta: Infelizmente, não muito. O SIPOC é excelente para fornecer uma visão macro do processo, mas identificar gargalos (ou seja, pontos de estrangulamento que limitam a capacidade do processo) exige análise de desempenho, coisa que o SIPOC por si só não faz. Gargalos são aquelas etapas ou recursos que impedem o processo de produzir mais rápido ou em maior volume, causando filas ou atrasos.

Descobrir onde está o gargalo em processos administrativos pode ser difícil se você não tiver dados do fluxo de trabalho. Ferramentas de monitoramento e automação de processos, como um software BPMS (Business Process Management Suite), podem ajudar nisso — elas registram tempos e volumes em cada etapa e mostram exatamente onde ocorrem atrasos ou acúmulos.

Já o SIPOC é uma ferramenta estática e qualitativa: ele descreve quem faz o quê no processo, mas não mede desempenho nem mostra onde o processo está lento. Portanto, use o SIPOC para entender a estrutura do processo, mas conte com análise de dados e ferramentas específicas para identificar gargalos e melhorar a produtividade.

Então, hora de colocar a mão na massa!

Dominar o SIPOC é dar o primeiro passo para enxergar seus processos de forma simples e estruturada. Com ele, você consegue clareza sobre entradas, saídas e responsáveis, criando a base certa para qualquer jornada de melhoria.

Mas o SIPOC é só o começo. Se você quer avançar no mapeamento e aprender a explorar técnicas que revelam gargalos, oportunidades e ganhos reais para o seu negócio, vale conferir o nosso conteúdo completo sobre o tema:

[Guia completo para mapeamento de processos]

FAQ — SIPOC (Supplier, Input, Process, Output, Customer)

O que é o diagrama SIPOC?

É um diagrama de alto nível que lista Supplier, Input, Process, Output e Customer para mapear um processo ponta a ponta, alinhando entradas, saídas e responsáveis antes do detalhamento.

Quando devo usar o SIPOC?

No início de iniciativas de melhoria para definir escopo, fronteiras do processo e expectativas entre áreas, antes de modelar em BPMN ou desenhar um fluxograma detalhado.

Qual a diferença entre SIPOC e BPMN/fluxograma?

O SIPOC oferece visão macro (o que entra, o que acontece em alto nível e o que sai). BPMN/fluxograma detalham o passo a passo, regras, exceções e responsabilidades.

Qual a diferença entre SIPOC e o Diagrama de Tartaruga?

SIPOC foca em entradas, macroetapas e saídas. O Diagrama de Tartaruga adiciona recursos, métodos e indicadores, muito usado em auditorias e requisitos de qualidade (ex.: ISO).

Como tratar caminhos alternativos e exceções no SIPOC?

Mantenha o SIPOC no fluxo principal. Registre alternativas como observações e trate-as no modelo detalhado (BPMN), evitando inflar o diagrama macro.

Quantas etapas devo colocar no “P” (Process)?

Geralmente 5–7 macroetapas são suficientes para dar contexto sem descer ao nível operacional. O detalhamento vem depois, no BPMN/fluxograma.

Quem são os “Customers” no SIPOC?

Quem consome as saídas do processo: clientes internos (outras áreas) e externos (usuários, parceiros ou clientes finais) impactados pelas entregas.

Quais erros comuns devo evitar ao montar o SIPOC?

Confundir macroetapas com tarefas operacionais; misturar exceções no fluxo principal; omitir critérios de saída; e não alinhar stakeholders antes de detalhar.


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