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O mundo fantástico de Analytics e Inteligência Artificial (e a relação disso com BPM)

Nos últimos anos, Analytics e Inteligência Artificial (IA) deixaram de ser apenas conceitos futuristas para se tornarem protagonistas na otimização de processos de negócio. Hoje, vivemos uma era de dados abundantes e algoritmos poderosos — incluindo IA generativa e automação inteligente — que estão transformando a forma como as empresas gerenciam e executam suas atividades.

Neste artigo, vamos explorar as tendências mais recentes (até 2025) em Analytics e IA, destacando como elas se integram à Gestão de Processos de Negócio (BPM) para gerar eficiência, agilidade e inovação.

Prepare-se para revisitar esse “mundo fantástico” com um olhar atualizado, repleto de exemplos práticos e insights sobre tecnologias emergentes como IA generativa, Decision Intelligence, AutoML, hiperautomação, entre outras.

Analytics invisível que impulsiona decisões (a evolução do “Big Data”)

O conceito de Analytics evoluiu – e muito. Se antes era associado apenas a métricas de marketing digital, hoje ele representa um conjunto de técnicas poderosas para coletar, analisar e interpretar dados em grandes volumes e formatos diversos.



Na prática, o Analytics moderno atua em quatro níveis:

  • Descritivo: o que aconteceu?
  • Diagnóstico: por que aconteceu?
  • Preditivo: o que pode acontecer?
  • Prescritivo: o que fazer a respeito?

Esse ciclo de inteligência orientada por dados se tornou essencial para competir em um mercado cada vez mais dinâmico.

O avanço da Decision Intelligence

Uma das grandes tendências em 2025 é a Inteligência de Decisão (Decision Intelligence). Em vez de depender apenas da experiência ou intuição, as organizações agora contam com sistemas capazes de analisar cenários complexos e recomendar a melhor decisão com base em fatos e previsões.

Decisões orientadas por Analytics e IA tendem a ser mais assertivas e rápidas, reduzindo riscos e melhorando resultados. Essa abordagem combina:

  • Inteligência Artificial
  • Ciência de dados
  • Teoria das decisões

O objetivo do Decision Intelligence? Transformar dados brutos em decisões estratégicas.
Empresas que adotam essa prática tomam decisões mais rápidas, precisas e baseadas em evidência — com impacto direto na performance. Segundo a McKinsey, negócios que utilizam analytics avançado podem ver um ganho de até 25% em produtividade.

Analytics e BPM: respostas em tempo real

Quando aplicado ao BPM (Business Process Management), o Analytics responde perguntas-chave como:

  • Onde estão os gargalos do processo?
  • O que está causando atrasos ou falhas?
  • Como o desempenho atual se compara ao histórico?
  • O que pode ser previsto e ajustado antecipadamente?

Ferramentas como process mining e process intelligence analisam registros de atividades para:

  • Detectar padrões ocultos
  • Identificar ineficiências
  • Recomendar melhorias contínuas

O resultado? Decisões proativas, com ajustes antes mesmo que o problema apareça.

Analytics bem aplicado não apenas informa: ele antecipa, orienta e transforma.

Exemplo prático: inteligência na operação

Veja um caso simples de aplicação:

  • O Waze, app de navegação, usa dados em tempo real para sugerir as melhores rotas, economizando tempo e combustível.
  • Em empresas, o mesmo raciocínio se aplica ao chão de fábrica, ao controle de estoque ou à logística. Com analytics preditivo, é possível antecipar demandas, otimizar recursos e evitar desperdícios.

Desde 2018, já se previa que a análise avançada de dados seria o diferencial competitivo do futuro. Agora, em 2025, é fato: empresas orientadas por dados ganham agilidade, reduzem custos e lideram seu mercado. As que não acompanham esse movimento? Ficam para trás..

IA na prática: do machine learning à era da IA generativa

Se o analytics avançado já impressiona, a Inteligência Artificial leva esse potencial ao próximo nível. Podemos pensar na IA como o topo da pirâmide: além de analisar e recomendar, ela é capaz de agir de forma autônoma em muitos cenários.

Nos últimos anos, vimos um avanço vertiginoso em machine learning (aprendizado de máquina) e outras técnicas de IA, a ponto de termos hoje aplicações práticas que há uma década pareciam ficção científica.

IA generativa: quando a máquina cria

Um dos marcos mais disruptivos é a IA generativa. Essa tecnologia permite que algoritmos não apenas reconheçam padrões, mas também criem conteúdos originais, como:

  • Textos e e-mails personalizados
  • Imagens e apresentações
  • Resumos e análises
  • Código de software
  • Fluxos de processos automatizados

Modelos como o GPT (presente no ChatGPT) interpretam comandos em linguagem natural e devolvem resultados com sofisticação e contexto.

No mundo dos negócios, a IA generativa já é usada para:

  • Redigir contratos preliminares
  • Criar respostas automatizadas para atendimento ao cliente
  • Sugerir ou construir fluxos de processos inteiros

Segundo a Forrester Research, a IA generativa é uma das principais tecnologias emergentes desde 2023 — com potencial de agregar trilhões de dólares em valor à economia global, impactando áreas como:

  • Marketing e vendas
  • Desenvolvimento de software
  • Jurídico, RH e auditoria

Automação inteligente: muito além do RPA

Outro pilar da IA aplicada é a automação inteligente (Intelligent Automation).

Diferente da automação tradicional (baseada em regras fixas), a automação inteligente integra IA com machine learning para lidar com:

  • Processos não estruturados
  • Tarefas complexas
  • Decisões condicionais e exceções

Esse modelo abrange o RPA de nova geração, agora turbinado com:

  • Visão computacional
  • Reconhecimento de linguagem natural (NLP)
  • Análise semântica

Exemplo prático: Um robô pode hoje ler automaticamente uma fatura via OCR, extrair os dados certos, inserir no ERP e decidir se deve encaminhar a aprovação para um humano — apenas se detectar alguma anomalia. O resultado?

  • Redução de erros manuais
  • Menos retrabalho
  • Mais velocidade e escalabilidade

IA aumentada: o trabalho em parceria

Importante: a IA não veio para substituir pessoas, mas sim para aumentar a capacidade humana. Esse conceito é chamado de inteligência aumentada — ou colaborativa. Nele:

  • A IA cuida do volume, da repetição e da precisão
  • Os humanos focam em estratégia, criatividade e tomada de decisão

Essa parceria libera profissionais de tarefas maçantes, permitindo que se concentrem no que realmente importa: inovação, relacionamento e planejamento.

Quando bem aplicada, a IA não apenas aumenta a produtividade — ela melhora a qualidade de vida no trabalho.

A convergência com BPM: processos mais inteligentes, rápidos e autônomos

Chegamos então à pergunta central: o que Analytics e IA têm a ver com BPM (Business Process Management)? A resposta curta: tudo! Afinal, processos de negócio nada mais são do que conjuntos de atividades, decisões e fluxos de informações que movem o trabalho dentro de uma organização. Quando introduzimos analytics e IA nesse contexto, estamos essencialmente turbilhando os processos com dados inteligentes e automação avançada.

Um BPMS moderno (Business Process Management Software) já incorpora cada vez mais funcionalidades inteligentes. Por exemplo, soluções de BPM atuais conseguem monitorar em tempo real os indicadores de um processo e aplicar algoritmos preditivos para apontar tendências ou problemas iminentes.

Se uma instância de processo tende a atrasar (com base em dados históricos), o sistema pode alertar o gestor ou até redirecionar tarefas automaticamente para evitar o atraso. Esse tipo de inteligência embutida transforma o BPM de uma ferramenta passiva de desenho/execução de workflows em um orquestrador proativo, que aprende e se adapta conforme o uso.

Automatização de processos com IA Zeev

A integração entre IA e BPM é tão promissora que o Gartner cunhou o termo hiperautomação para descrever essa convergência de tecnologias que permite automatizar praticamente qualquer processo de negócio de ponta a ponta.

Hiperautomação envolve uma combinação de RPA, IA, ML, Analytics e outras ferramentas trabalhando juntas para identificar o que pode ser automatizado e efetivamente automatizar – incluindo atividades complexas que antes exigiam julgamento humano.

Em vez de automatizar apenas tarefas isoladas, a hiperautomação busca automatizar o processo inteiro, conectando múltiplos sistemas e etapas de decisão de forma fluida. Isso possibilita, por exemplo, que uma solicitação de cliente seja recebida, categorizada por IA, encaminhada ao tratamento correto e resolvida sem que ninguém precise “tocar” no processo manualmente.

Os benefícios são enormes: redução de custos operacionais, menos erros, agilidade muito maior e escalabilidade. Não à toa, 85% das organizações que adotarem hiperautomação devem melhorar sua eficiência operacional em pelo menos 30% até 2025, segundo previsões da Gartner. Essa é uma mudança de jogo para empresas buscando aumentar produtividade e velocidade de resposta ao mercado.

Vejamos alguns exemplos práticos de como Analytics/IA atuam dentro de processos BPM:

  • Decisões automatizadas: Em um processo de concessão de crédito, ao invés de um analista avaliar cada pedido manualmente, um modelo de machine learning (treinado em dados de histórico de bons e maus pagadores) pode calcular instantaneamente um score de risco e tomar a decisão de aprovar, negar ou encaminhar para revisão humana apenas os casos duvidosos. Isso reduz o tempo de análise de dias para segundos e aplica critérios consistentes, diminuindo subjetividades. Aqui o BPM integra um serviço de IA na etapa de decisão, garantindo agilidade com segurança.
  • Previsão e prescrições no fluxo: Imagine um processo de cadeia de suprimentos gerenciado via BPM. Com analytics preditivo, o sistema antecipa aumentos de demanda ou possíveis rupturas de estoque com base em tendências de vendas ou dados externos (clima, mercado). A partir disso, ele já prescreve ações: gerar ordens de compra adicionais, redirecionar estoque entre filiais, etc., antes que o problema aconteça de fato. O resultado é uma operação muito mais resiliente, capaz de evitar perdas e aproveitar oportunidades automaticamente.
  • IA generativa melhorando processos: Uma inovação recente é usar IA generativa para redesenhar e otimizar fluxos de trabalho. Já há casos em que empresas integraram IA generativa na etapa inicial de processos para analisar solicitações de clientes e sugerir o melhor encaminhamento. Segundo um especialista da PwC, ao colocar um modelo generativo na triagem de requisições, a empresa “mudou drasticamente o fluxo do processo” e reduziu significativamente o volume de trabalho manual. Basicamente, a IA passou a entender a entrada (por exemplo, um e-mail de solicitação), classificar o tipo de demanda e até redigir automaticamente uma resposta ou acionar o procedimento adequado no BPMS. Isso desafoga equipes humanas, que passam a intervir apenas nos casos mais complexos. Em paralelo, ferramentas de monitoramento em tempo real combinadas com IA generativa conseguem detectar anomalias ou desvios no processo à medida que eles ocorrem, sugerindo correções imediatas. É o BPM se tornando cada vez mais autoajustável e inteligente.
  • AutoML e democratização da análise: Outra tendência importante é a democratização da criação de modelos de IA dentro do ambiente de processos. Com plataformas de AutoML (Automated Machine Learning), profissionais de negócio que não são especialistas em ciência de dados conseguem treinar modelos preditivos de forma automatizada e fácil. Isso é extremamente relevante para BPM, pois o dono do processo pode, por exemplo, carregar os dados do processo no AutoML e obter um modelo que identifica gargalos e ineficiências, sugerindo melhorias no fluxo. Tarefas como prever o tempo de conclusão de uma atividade ou detectar quais casos têm maior probabilidade de falhar deixam de exigir um data scientist e passam a ser acessíveis via assistentes de IA. O AutoML acelera o desenvolvimento dessas soluções e reduz a barreira técnica, permitindo que a inteligência esteja embutida em muito mais pontos do processo. Isso também contribui para a chamada democratização da IA, em que cada vez mais decisões do dia a dia são informadas por modelos e análises avançadas, e não apenas por palpites.

Em resumo, a relação de Analytics e IA com BPM é simbiótica: de um lado, o BPM fornece o contexto (os dados do fluxo de trabalho, as regras de negócio, os pontos de decisão); de outro, Analytics e IA fornecem a inteligência (insights, previsões, automações) para tornar esse fluxo mais eficiente e eficaz.

O resultado são processos de negócio inteligentes, muitas vezes chamados de iBPM (Intelligent BPM), nos quais grande parte das decisões operacionais rotineiras são tomadas por sistemas, com mínima intervenção humana – mas sempre com a possibilidade de supervisão e ajuste pelos gestores. Temos também processos mais ágeis e adaptáveis: se as condições mudam, o sistema aprende e recalibra rapidamente o caminho, seja realocando tarefas, alterando prioridades ou notificando responsáveis.

Dicas de conteúdo para você ler e salvar:

Ganhos de eficiência, qualidade e inovação contínua

Os impactos da automação inteligente, do Analytics e da IA aplicada aos processos vão muito além da teoria — eles são concretos e mensuráveis.

Eficiência operacional em alta

As empresas que adotam essas tecnologias relatam:

  • Redução de tempo de ciclo e custos operacionais entre 25% e 30%, segundo estimativas recentes;
  • Menos erros e retrabalho, graças a algoritmos que seguem regras com precisão e detectam exceções automaticamente;

Com menos intervenção manual, os processos se tornam mais fluidos, rápidos e escaláveis.

Qualidade percebida pelo cliente

A automação inteligente também melhora a experiência do usuário final.
Exemplos práticos:

  • O sistema reconhece automaticamente um cliente VIP e prioriza seu atendimento;
  • A IA sugere a solução ideal com base em históricos similares;
  • O tempo de resposta diminui, a personalização aumenta;

Resultado?
Segundo o Gartner, 86% dos consumidores estariam dispostos a pagar mais por uma experiência melhor. Investir em IA e Analytics no front-end dos processos deixou de ser diferencial — é estratégia competitiva.

Inovação contínua e ciclos de aprendizado

A cada decisão automatizada, novos dados são gerados. E isso alimenta um ciclo virtuoso de melhoria:

  1. O sistema aprende com os resultados reais;
  2. Ajusta os fluxos com base no que funcionou (ou não);
  3. Otimiza os processos de forma contínua;

Ferramentas de modelagem e simulação com IA permitem ainda fazer análises do tipo “E se?”:

  • O que acontece se automatizarmos esta etapa?
  • E se reordenarmos esse fluxo?
  • Qual cenário reduz mais tempo/custo?

Esses testes virtuais permitem experimentar com segurança, reduzindo riscos e acelerando ajustes — algo essencial em um mundo de mudanças rápidas.

Governança, transparência e fator humano

Mas não basta tecnologia. Para que os ganhos sejam sustentáveis, é preciso atenção à gestão da mudança:

  • Capacitar equipes para trabalhar com novas ferramentas;
  • Revisar processos internos com foco em governança;
  • Garantir transparência nas decisões automatizadas;

Conceitos como responsabilidade algorítmica estão em alta — ou seja, é preciso entender:

  • Como a IA chegou àquela decisão
  • Por que aquela escolha foi feita
  • E se ela está alinhada aos valores, metas e regulamentações da empresa

Quando bem implantada e governada, a IA não é um risco:
é uma parceira estratégica para decisões melhores e negócios mais fortes.

Conclusão

A união entre Analytics, Inteligência Artificial e BPM já é realidade e vem transformando a forma como as empresas gerenciam seus processos. Tecnologias como IA generativa, automação inteligente e AutoML deixam de ser tendência para se tornarem aliadas concretas na busca por mais eficiência, agilidade e inovação.

Com plataformas modernas, como o Zeev, é possível integrar essas soluções de forma simples e estratégica, automatizando tarefas, otimizando decisões e liberando tempo para que as pessoas foquem no que realmente importa. O resultado são processos mais inteligentes, adaptáveis e alinhados às demandas de um mercado em constante evolução. O futuro dos negócios é orientado por dados — e já começou.


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