Gateways: como usar de maneira correta? [Exemplos + E-book]
Você sabia que existem 7 tipos diferentes de gateways? Alguns naturalmente são mais utilizados, outros raramente vejo em alguma modelagem, porém a notação de BPMN possibilita trabalhar com sete tipos diferentes de gateways, de acordo com a necessidade que existe ao modelar algum processo. Neste post você saberá como usar gateways de maneira correta, vem comigo!
Você verá nesse artigo:
O que são gateways?
Para introduzir o assunto, quero dizer que gateways são aqueles ícones, em forma de losango, utilizados para fazer desenho de modelagem de processo. Eles são parecidos com os losangos de fluxograma, mas não são ícones de fluxograma, são diferentes, são ícones da notação de BPMN.
Os Gateways (desvios) são elementos que podem modificar o caminho do andamento do curso de execução do processo. Na imagem abaixo estão exemplos visuais de alguns gateways.
Resumidamente, podemos dizer que são pontos de decisão. Quando você encontra um Gateway, uma decisão será tomada. Dependendo dessa decisão o processo seguirá por algum dos desvios.
Se a sua dúvida estiver relacionada com a notação de fluxograma (os ícones), ou ao desenho de fluxograma, acesse esse post aqui.
Um breve resumo sobre a notação BPMN
BPMN (Business Process Management Notation) é a notação mais utilizada para modelagem de processos, apesar de não ser a única. Ela faz parte de iniciativas da OMG. O Grupo OMG (Object Management Group) é um grupo que define padrões de boas práticas relacionadas com o BPM.
Um fluxograma é um tipo de notação. Um EPC (Event-driven Process Chain) é outro tipo de notação. Value Stream Mapping também é uma notação. E BPMN (Business Process Model and Notation), é mais um tipo de notação. Em resumo, podemos dizer que são diferentes formas/ícones para representar as ações que acontecem em um processo.
Quais são os gateways mais utilizados?
Dos 7 gateways, dois são mais utilizados: o exclusivo e o paralelo. Abaixo falarei um pouco sobre cada um deles, veja só:
Gateway exclusivo
O gateway exclusivo é aquele que aparece com maior frequência na modelagem de processos. Ele é utilizado quando, em um momento de decisão, um único caminho deve ser seguido. Ou seja, existe uma condição exclusiva. Por exemplo: O embarque será nacional ou internacional? (uma única opção deve ser escolhida).
O Gateway exclusivo pode ser representado por um losango vazio ou por um losango com um “x” no meio.
Perceba que neste caso o gateway exclusivo exige que uma decisão seja tomada: A matéria está aprovada ou reprovada? Somente uma linha do fluxo será seguida.
DICA: Não utilize perguntas em gateways, utilize uma afirmação, assim como no exemplo.
Gateway paralelo
O gateway paralelo também é utilizado com bastante frequência. Ele é representado por um losango com um símbolo de “+” no meio. Quando você deseja que tarefas sejam executadas ao mesmo tempo, paralelamente, você utiliza este ícone.
Isso significa que ao invés das tarefas serem executadas na sequência, uma esperando o término da outra, elas possam ser executadas juntas. Exemplo: “comprar um novo computador” e “Criar número de patrimônio para a nova máquina”.
Essas tarefas podem ser executadas na sequência (uma DEPOIS da outra)? Sim! Mas talvez possam ser executadas JUNTAS, em paralelo, e diminuir o tempo total de execução do processo.
O uso de gateway paralelo diminui o tempo de execução do processo, pois a sua utilização evidencia que, ao invés de aguardar alguma finalização, a atividade pode acontecer junto a alguma outra.
Neste simples exemplo, todas as atividades de preparação para uma viagem serão executadas paralelamente. O segundo gateway é necessário, pois ele evidencia a convergência das tarefas. Isto é, somente após a execução de todas elas o fluxo continuará.
Quais são os gateways pouco utilizados?
Gateway inclusivo
Quando desempenha seu papel aglutinador, autoriza a continuidade do fluxo quando há sincronia entre todos os fluxos ativos em um. Ao expressar uma separação, permite o andamento mediante alguma condição inclusiva, em que pode ocorrer um arranjo de trajetos, conforme uma informação for confirmada ou não. Seu símbolo é losango com um círculo no interior.
Complexo
Este gateway, ao dividir, gerencia circunstâncias complexas que não são passíveis de representação pelos outros modelos. Na unificação, define, por meio de uma expressão, a combinação para o fluxo de entradas essenciais ao andamento do processo. Seu símbolo é um losango com asterisco ao centro.
De início baseado em evento exclusivo
Somente quando há divisão de fluxo, é utilizado para dar start ao processo com base em acontecimentos múltiplos. Qualquer evento programado tem capacidade de iniciar o processo. Pouco usado, seu símbolo é um losango, com um círculo ao centro — e, dentro do círculo, há um pentágono em forma de diamante.
Intermediário exclusivo baseado em eventos
Gateways apenas de divisão, impõe uma condição para optar por um trajeto conforme a concretização exclusiva de um dos eventos.
De início baseado em eventos paralelos
Este é outro gateway que é usado apenas na divisão de fluxo, permite o começo de um processo de acordo com ocorrências diversas. Seu símbolo é um losango com um círculo ao centro e, dentro do círculo, há uma cruz.
Como usar gateways de maneira correta?
Bem, não existe uma fórmula mágica e única para o seu uso. Há casos em que diferentes gateways podem resolver o problema. O importante é analisar cada um e saber qual é o mais recomendado de acordo com cada situação. Mas, vou te mostrar alguns exemplos que te deixarão craque no uso dos gateways! Vamos lá.
Utilizando gateways divergentes
Quando você pensa na palavra divergente você a associa a saídas diferentes, não é mesmo? Então, para utilização dos gateways é a mesma coisa. O gateway divergente você utiliza quando será feito um desvio para duas ou mais saídas. Ou seja, ele tem o poder de divergir o processo, mudar a rota de execução.
Veja aqui o nosso exemplo anterior. Após a atividade 1, as atividades 2, 3, 4 e 5 são iniciadas ao mesmo tempo (pois neste exemplo utilizamos um gateway paralelo).
Utilizando Gateways convergentes
Neste caso, o gateway terá o poder de convergir o processo, ou seja, aguardar duas ou mais atividades do processo que estão sendo executadas em paralelo para então dar sequência no fluxo.
Vamos ao nosso exemplo, veja que a atividade 6, de embarque, só poderá ser realizada se as atividades 2, 3, 4 e 5 forem concluídas.
A utilização de Gateways (como, quando e qual utilizar) gera muitas dúvidas e, eventualmente, erros na modelagem dos processos. Foi por este motivo que nós criamos um e-book descrevendo cada gateway e colocando exemplos práticos, para facilitar o entendimento.
Guia completo com exemplos de modelagem de processos
Bem, eu te apresentei os gateways mais utilizados (exclusivo e paralelo). Porém eles não são os únicos. Lembra que eu comentei lá no início do texto que existiam sete tipos diferentes? Para que eu pudesse te apresentar de forma detalhada, com exemplos e comparação entre os gateways, e para que o post não ficasse extenso, eu compilei todos os tipos de gateways em um e-book.
E os principais pontos abordados no E-book são:
- O que é notação BPMN?
- O que são gateways?
- Quais são os tipos de gateways?
- Gateway exclusivo
- Gateway paralelo
- Gateway inclusivo
- Gateway complexo
- Gateway de início baseado em evento exclusivo
- Gateway de início baseado em evento paralelo
- Gateway intermediário exclusivo baseado em evento
- Comparando os gateways
- Materiais relacionados
Dicas sobre notação BPMN: conhecendo gateways
Você escolhe a melhor maneira de aprender :). Vou deixar um vídeo de aproximadamente 5 minutos onde o Vitor, aqui da Zeev, da algumas dicas sobre a notação BPMN.
Espero que o blogpost de hoje tenha ajudado você. Fique à vontade para deixar um comentário ou alguma pergunta. Compartilhe nas suas redes sociais também, sempre terá algum profissional interessado no conteúdo. Eu, Bruna, sou fã da disseminação de conhecimento e quero ajudar cada vez mais a transformação de processos! Afinal, transformar processos está no DNA da Zeev!